Manaus – Na manhã desta terça-feira (20), os empresários e donos da Tumpex, empresa concessionária de coleta de lixo em Manaus, Mauro Lúcio Mansur da Silva e Jose Paulo de Azevedo Sodré Neto, foram levados pela operação “Entulho”. A Polícia Federal visitou a residência de um dos acusados no Condomínio de luxo na Ponta Negra, o famoso Riviera.
A ação foi desencadeada com base em indícios encontrados durante as investigações, que apontam para a prática de diversos crimes, incluindo sonegação fiscal, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. No total, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em residências de investigados e em empresas supostamente ligadas à organização criminosa. Segundo fontes da Polícia Federal, os alvos das investigações são empresários do setor de coleta de lixo da cidade de Manaus. O foco das investigações está nos contratos das empresas de coleta de lixo com a Prefeitura de Manaus durante o segundo mandato do ex-prefeito Arthur Neto. Uma das áreas onde os agentes da PF estão presentes é o condomínio Riviera, onde residem os proprietários da empresa Tumpex, que possui contrato com o município de Manaus. As investigações tiveram início há três anos, quando foram detectados indícios de que empresas do ramo de coleta de lixo e limpeza pública estavam realizando transações comerciais com empresas de fachada. Essas transações envolviam a contabilização de despesas a partir de notas fiscais de mercadorias e serviços falsas. Além disso, durante as investigações da Operação Entulho, foi constatado que funcionários públicos e empresários estariam envolvidos em um esquema no qual mais de 100 milhões de reais foram sacados da boca do caixa desde o ano de 2016. Essa prática levanta suspeitas de possível corrupção e lavagem de dinheiro, uma vez que grandes quantidades de dinheiro em espécie foram retiradas sem uma justificativa clara e legal. As autoridades estão aprofundando as investigações para identificar os responsáveis por essas transações suspeitas e as conexões com o esquema de sonegação fiscal e notas fiscais falsas. Os agentes federais estiveram na sede da Secretaria Municipal de Limpeza Pública como parte das investigações da Operação Entulho. O objetivo da presença das autoridades foi coletar documentos e informações relevantes relacionadas aos contratos suspeitos e às transações fraudulentas envolvendo empresas de coleta de lixo e limpeza pública. A busca por evidências na sede do órgão municipal tem como objetivo aprofundar as investigações e obter provas adicionais que possam contribuir para desvendar o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro. Até o momento, no âmbito da Operação Entulho, já foram identificadas a participação de 31 empresas de fachada, um escritório de contabilidade, além de seus respectivos sócios e funcionários das empresas de coleta de lixo e limpeza pública. Essas empresas emitiram notas fiscais suspeitas de serem fraudulentas, no período de 2016 a 2021, totalizando R$ 245 milhões em valores, com uma estimativa de sonegação fiscal superior a R$ 100 milhões. As transações fraudulentas resultaram na geração de créditos indevidos de PIS e Cofins, além de reduzirem as bases de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido.
Fonte: Portal Cm7