Crise ambiental em Manaus: fumaça das queimadas encobre a cidade há meses
A cidade de Manaus, capital do Amazonas, enfrenta uma grave crise ambiental causada pelas queimadas e pela seca histórica na região. Há dois meses, os moradores sofrem com a presença constante de uma nuvem cinzenta, péssima qualidade do ar e visibilidade reduzida.
Durante a primeira quinzena de outubro, Manaus registrou três dias consecutivos de intensa fumaça, colocando a cidade entre as áreas de pior qualidade do ar do mundo. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de queimadas no estado foi o maior dos últimos 25 anos, com quase 4 mil focos de calor.
Para combater essa grave situação, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) enviou 290 brigadistas do Prevfogo para reforçar as ações de combate às queimadas no Amazonas. No entanto, mesmo com os esforços das autoridades, a fumaça continua a encobrir a capital amazonense.
Nos últimos dias, a fumaça aumentou sua intensidade e persistência sobre a cidade. Órgãos responsáveis pelo monitoramento da crise ambiental no Amazonas identificaram a origem das partículas que estão encobrindo Manaus. Segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), a fumaça é proveniente dos focos de calor e queimadas na própria capital e em outras cidades da Região Metropolitana.
Além disso, a Sema ampliou os locais de origem da fumaça, apontando o Estado do Pará como uma das principais fontes de poluição atmosférica, com quase 4 mil focos de queimada registrados. A Prefeitura de Manaus também afirmou que os incêndios são originados nos municípios da Região Metropolitana.
O Ibama apontou que a fumaça provém dos municípios de Careiro e Autazes, sendo causada pelo uso inadequado do fogo em áreas de agropecuária que se estendem para áreas de vegetação.
A persistência da fumaça sobre Manaus tem uma explicação. O Ibama afirma que as massas de ar carregam as partículas de fumaça de um lugar para o outro, tornando mais lenta a dissipação e prejudicando a visibilidade e a qualidade do ar. A falta de chuvas também contribui para a permanência da fumaça na região, dificultando a dispersão das partículas.
A situação preocupa as autoridades e a população local, que aguardam medidas mais efetivas para combater as queimadas e melhorar a qualidade do ar em Manaus. Até o momento, as ações empreendidas não foram suficientes para resolver o problema, o que requer um esforço conjunto de todas as esferas governamentais. A população espera que seja encontrada uma solução o mais rápido possível para garantir um ambiente mais saudável e seguro na cidade.