A empresária Cileide Moussallem, conhecida pelo comando do Portal CM7, fez severas críticas ao empresário e publicitário Durango Duarte, destacando sua crescente influência sobre os contratos de comunicação no setor público como um problema sério. Segundo Cileide, Durango tem utilizado a audiência dos portais de notícias para favorecer sua agência iMarketing perante os órgãos com que possui contratos milionários.
Cileide não mediu palavras ao descrever o que considera uma trajetória prejudicial de Durango no cenário da comunicação pública. “A gente já vem falando do Durango Duarte há mais de quatro anos. Mostrando para os órgãos públicos que o Durango Duarte é nocivo ao dinheiro público. Ele é um cara problemático, vai contra tudo e todos por causa do instituto de pesquisa dele, que ele sempre manipulou nas eleições aqui”, afirmou a empresária.
De acordo com Cileide, Durango tem se aproveitado das licitações públicas que ganhou na prefeitura de Manaus, Câmara Municipal e no governo do Amazonas para tentar controlar os portais de notícias.
“Os portais de notícias são os únicos veículos de comunicação que falam a verdade para o povo. Então ele vai lá, diz para o prefeito, presidente da Câmara e governador que o portal X e Y não têm audiência, não são bons, enquanto ele ganha dinheiro do povo”, denunciou Cileide.
A empresária também criticou a forma como Durango Duarte teria usado os portais de notícias sob seu controle para inflar números e justificar os contratos firmados com o poder público. “Ele está usando os portais de notícias para poder fazer esses números que ele dá para os órgãos públicos dizendo que é o trabalho que ele faz”, completou.
As denúncias de Cileide Moussallem trazem à tona questões significativas sobre a gestão dos recursos públicos destinados à comunicação. Entre 2021 e 2024, a Agência de Interatividade e Marketing Ltda (iMarketing), de propriedade de Durango Duarte, arrecadou mais de R$ 35,3 milhões dos cofres públicos, com um pico de R$ 12,1 milhões apenas em 2023, tornando-se o ano mais lucrativo para a empresa.
Em 2024, a iMarketing já recebeu R$ 6,4 milhões da Secretaria Municipal de Comunicação (Semcom), o que gerou novas polêmicas em torno da atuação da empresa. Uma das controvérsias mais acentuadas foi a licitação de R$ 19 milhões, que havia sido inicialmente suspensa pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) devido a suspeitas de irregularidades e favorecimento à empresa de Durango. No entanto, apesar das suspeitas, o TCE permitiu a continuidade do processo licitatório, o que gerou críticas sobre a transparência e a legalidade das contratações.
A licitação, destinada a serviços de “planejamento, desenvolvimento e execução de soluções de comunicação digital”, foi especialmente questionada porque a iMarketing já mantinha um contrato vigente de R$ 14,2 milhões anuais para o mesmo tipo de serviço. Essa duplicidade de contratos levantou preocupações sobre a eficiência e a necessidade real dos serviços prestados, além de fortalecer as críticas de que a empresa estaria monopolizando o setor de comunicação pública em Manaus.
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