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“Fingir Loucura”: Termo Capacitista Utilizado por Amom Mandel

Durante o debate inicial dos candidatos à Prefeitura de Manaus, transmitido pela TV Band em 8 de agosto, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania/AM) utilizou a expressão “se fazendo de doido” para criticar o adversário Roberto Cidade, presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Essa declaração desencadeou uma controvérsia significativa devido ao uso de uma linguagem considerada capacitista, que perpetua estereótipos e preconceitos sobre questões de saúde mental.

### O que é Capacistismo?

Capacitismo é uma forma de discriminação contra pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes (NDs), incluindo condições como autismo, bipolaridade e demência. Termos como “doido”, “louco” e “maluco” são frequentemente empregados de maneira pejorativa para descrever comportamentos considerados fora do comum. Essas palavras carregam um peso histórico de marginalização e exclusão, trivializando as experiências e desafios enfrentados por pessoas que vivem com deficiências ou condições mentais.

### O Impacto da Linguagem no Cotidiano

Especialistas ressaltam como a linguagem molda a percepção social e contribui para a exclusão. A professora Geisa Kempfer Bock, do Laboratório de Educação Inclusiva (LEdI) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), enfatiza que a linguagem pode hierarquizar formas de existência, estabelecendo uma norma social que exclui aqueles que não se encaixam em padrões ditos normativos. Quando palavras como “doido” são usadas, elas não apenas perpetuam estereótipos, mas também reforçam a ideia de que certos corpos e mentes são menos dignos de respeito e inclusão.

### Por que Devemos Repensar Nosso Vocabulário?

A psicanalista Samiza Soares alerta para o impacto que termos como “doido” podem ter na vida das pessoas. Ao usar essa palavra para descrever alguém que age de maneira diferente, contribuímos para a banalização das condições mentais, tornando mais difícil para essas pessoas serem compreendidas e respeitadas. Isso reforça barreiras sociais que impedem a inclusão e o apoio necessários.

### Como Combater o Capacitismo na Linguagem

A neuropsicopedagoga Rafaela Santos defende a necessidade de abolir termos capacitistas do vocabulário. Ela explica que palavras como “retardado”, por exemplo, reduzem uma pessoa à sua deficiência, criando uma falsa hierarquia em que aqueles sem deficiências se consideram superiores. Para combater o capacitismo, é essencial promover a conscientização sobre o impacto dessas palavras e incentivar o uso de uma linguagem que respeite e valorize todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas ou mentais.

O uso de termos capacitistas como “se fazendo de doido” em debates públicos, como no caso do deputado Amom Mandel, reflete preconceitos enraizados na sociedade. Para avançarmos em direção a uma sociedade mais inclusiva e respeitosa, é crucial repensar nossa linguagem e eliminar expressões que perpetuam discriminação e exclusão. A mudança começa na maneira como falamos e, consequentemente, na forma como enxergamos e tratamos os outros.

Com informações da Revista Cenarium

Fonte: https://portalmanausalerta.com.br/se-fazendo-de-doido-o-uso-capacitista-do-termo-usado-por-amom-mandel/