Amazonas registra quase 200 casos de febre do Mayaro e Oropouche em período chuvoso
Entre dezembro e 4 de janeiro, o estado do Amazonas registrou quase 200 casos de febre do Mayaro e Oropouche, de acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM). A descoberta levou o órgão a emitir uma nota técnica orientando a intensificação da vigilância em saúde e medidas preventivas contra essas doenças.
As febres do Mayaro e Oropouche são causadas por vírus que levam o mesmo nome. Os sintomas dessas doenças são semelhantes às arboviroses, como dengue e chikungunya. No entanto, a FVS-AM afirma que não há registro de transmissão direta de pessoa para pessoa.
O Laboratório Central de Saúde Pública do Amazonas (Lacen-AM) detectou 199 casos de febre Oropouche, sendo a maioria em Manaus, seguido por Presidente Figueiredo, Maués, Tefé e Manacapuru. Já a febre do Mayaro não apresentou nenhum caso registrado até o momento.
Considerando o período sazonal das arboviroses no Amazonas, que coincide com o período chuvoso, a nota técnica da FVS-AM traz orientações para as vigilâncias em saúde municipais, abordando o cenário epidemiológico, sintomas, transmissão, diagnóstico, tratamento, além de medidas de prevenção e controle dessas duas febres.
Segundo a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, é fundamental intensificar a vigilância epidemiológica nesse período de aumento das doenças transmitidas por vetores. A colaboração entre o governo estadual, os governos municipais e a população é essencial para fortalecer a resposta contra essas doenças.
A transmissão da febre do Mayaro ocorre através da picada de mosquitos infectados, que se alimentam de sangue de primatas ou humanos infectados pelo vírus Mayaro. O homem é considerado um hospedeiro acidental, quando entra em contato com o habitat natural dos hospedeiros e vetores silvestres infectados.
Os sintomas suspeitos da febre do Mayaro incluem febre, dor nas articulações, inchaço, dor de cabeça, dor muscular e erupções cutâneas. É importante ter em mente que a exposição a áreas silvestres, rurais ou florestais nos últimos 15 dias é um fator relevante para o diagnóstico.
Já a febre Oropouche, transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, também conhecido como maruim, apresenta sintomas semelhantes aos da dengue, como dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, tonturas, náuseas e diarreia. Além disso, outros vetores também podem transmitir o vírus.
Para prevenir a febre do Mayaro e Oropouche, é importante evitar picadas de mosquitos infectados. Ao adentrar em áreas de mata e beira de rios, principalmente entre 9 e 16 horas, é recomendado o uso de repelentes, roupas compridas e o uso de cortinas e mosquiteiros em áreas rurais e silvestres.
No caso específico da febre Oropouche, a eliminação de criadouros de mosquitos envolve a remoção de acúmulos de lixo, limpeza de terrenos, lajes, caixas d’água e cisternas, além da eliminação de qualquer tipo de água parada que possa servir de local para a postura de ovos pelos mosquitos.