Manacapuru, no Amazonas, registra nível mais baixo do Rio Solimões em 55 anos. A cidade é a segunda no estado a enfrentar uma seca recorde, com o Rio Negro também atingindo seu pior nível em 121 anos, em Manaus.
Na terça-feira (17), as águas barrentas do Baixo Solimões ultrapassaram o recorde de 2010, com o rio atingindo apenas 3,81 metros. O Serviço Geológico Brasileiro (SGB), antigo CPRM, divulgou que o rio continuou a baixar mais 9 cm nesta quarta-feira (18), estando agora em 3,70 metros.
De acordo com o SGB, essa é a pior seca já registrada em Manacapuru desde que o Rio Solimões começou a ser monitorado na cidade em 1968. Anteriormente, a pior seca havia sido em 2010, quando o rio baixou para 3,92 metros.
O Rio Solimões é uma das principais bacias do Amazonas e passa por 24 cidades do estado. Todas elas estão em situação de emergência devido à seca histórica de 2023, de acordo com a Defesa Civil do Amazonas.
Em Tabatinga, no Alto Solimões, o rio atingiu -0,50. As águas nesse local estão próximas à nascente do Solimões, localizada no Peru, uma vez que a cidade amazonense faz fronteira com o país vizinho. Houve indícios de aumento no nível do rio nessa região, com a menor marca registrada sendo -75 cm na segunda-feira (16). Esse aumento pode ter reflexos em outras regiões, incluindo o Rio Negro, que recebe 70% de sua água do Solimões e enfrentou a pior seca em 121 anos. A pesquisadora do SGB, Jussara Cury, afirma que os efeitos desse aumento só serão sentidos em novembro.
Em Manaus, o Rio Negro atingiu seu pior nível em 121 anos na segunda-feira, quando registrou apenas 13,59 metros no Porto de Manaus. Nesta quarta-feira (18), o nível está em 13,38 metros.