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Manaus, a cidade ‘fofoqueira’ e a história verídica do Teatro Amazonas azul: comemorando 354 anos

eatro Amazonas era azul, em 1981. — Foto: Reprodução/Manaus de Antigamente

Manaus, a cidade “fofoqueira” no coração da Floresta Amazônica, comemora seu 354º aniversário nesta terça-feira (24). Conhecida por seu crescimento durante a era da borracha, no século XIX, e sua história pioneira, Manaus é um lugar onde mitos e fatos se misturam. Para esclarecer as verdades que cercam a cidade, historiadores compartilham suas descobertas.

Uma tradição intrigante que tem sido uma característica de Manaus ao longo dos anos é a fofoca. Historiadores descobriram que jornais do século XIX eram especializados em mexericos, e viajantes da época descreveram a cidade como um local com uma tradição profunda em fofocas. Alguns jornais da época tinham nomes curiosos, como A Marreta, A Lanceta, A Farpa e o KCT. Essa cultura de fofoca continua até os dias de hoje, com a cidade ganhando destaque nas redes sociais por suas fofocas sobre personalidades da mídia.

Outro fato interessante é a comunicação lenta de Manaus com o resto do país no passado. Durante muitos anos, a cidade só recebia notícias importantes dias depois, devido ao transporte fluvial que ligava Manaus ao Sudeste do Brasil. A população de Manaus soube da Proclamação da República, por exemplo, seis dias depois de sua ocorrência. Essa falta de comunicação também afetou a Independência do Brasil, com os manauaras demorando dias para descobrir a independência do país. Essa demora na comunicação tinha a ver com o fato de que Manaus tinha mais contato com o exterior durante a era da borracha.

Um mito que cercava a história de Manaus era que a cidade foi a primeira do Brasil a ter energia elétrica. No entanto, historiadores confirmam que isso não é verdade. Manaus não foi nem a primeira nem a segunda cidade do país a receber energia elétrica. Quando a energia elétrica foi inaugurada em Manaus, em 1896, ela já existia em várias outras cidades brasileiras, como Campos dos Goytacazes, Rio Claro, Porto Alegre, Juiz de Fora, São Paulo, Curitiba e Maceió.

Outra história interessante é sobre as famílias mais ricas de Manaus lavarem suas roupas em Paris, na França, durante a era da borracha. Historiadores desmentem essa história, afirmando que as famílias ricas na verdade lavavam suas roupas nas lavanderias locais. Esse mito foi criado por uma historiografia que romantizava a época da borracha.

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam) é reconhecida como a universidade mais antiga do Brasil, fundada em 1909. No entanto, historiadores apontam que já existiam cursos de ensino superior no país desde o início do século XIX, como a Faculdade de Medicina da Bahia e a Faculdade de Direito do Recife. A Ufam se destacou por ser a primeira instituição universitária a oferecer mais de um curso e formar profissionais em várias áreas.

Um fato curioso sobre o famoso Teatro Amazonas é que ele foi pintado de azul durante os anos 1970. Um historiador defendia que a cor original do teatro era azul e, durante uma reforma, a pintura foi trocada para um cinza azulado. No entanto, um estudo de restauração revelou que a cor original era rosa e desde então o teatro voltou ao seu tom original.

Manaus também foi palco de uma “cidade flutuante” por mais de dez anos. Esse bairro flutuante era composto por casas que boiavam no Rio Negro e tinha uma vida urbana vibrante, com comércios, restaurantes, consultórios médicos e dentários. No entanto, o bairro foi demolido após declarações negativas do então governador do Amazonas, que o considerava uma “vergonha para a civilização e desenvolvimento de Manaus”.

Por último, o Porto de Manaus, conhecido como Roadway, é o maior porto flutuante do mundo. A estrutura é reconhecida por sua capacidade de acomodar grandes navios e se adaptar aos níveis das águas do Rio Negro. Além de sua importância econômica, o porto também é um marco da engenharia e foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2023/10/24/cidade-fofoqueira-e-teatro-amazonas-azul-saiba-o-que-e-verdade-na-historia-de-manaus-que-celebra-354-anos.ghtml