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Manaus registra pico de fumaça após seis meses de encobrimento, de acordo com dados do Inpe.

Manaus registrou o pior dia de fumaça na segunda-feira (6). — Foto: Bianca Fatim/g1

Fumaça encobre Manaus durante meses, atingindo níveis alarmantes de poluição

A cidade de Manaus vem sofrendo com uma grave crise ambiental nos últimos três meses, devido à combinação de uma seca severa e a fumaça proveniente das queimadas. Recentemente, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) relatou um pico de fumaça na região, chegando a um nível tão elevado que o sensor do instituto não conseguia diferenciar fumaça de nuvens.

Segundo dados do Inpe, a fumaça que atinge Manaus se origina principalmente das queimadas no estado vizinho do Pará. O instituto utiliza um fotômetro solar para avaliar a quantidade de fumaça presente na região, medindo a quantidade de radiação solar que deveria chegar, mas é bloqueada pela presença de fumaça na atmosfera.

Em períodos de chuva, a média de poluição fica entre 0.2 e 0.5 no fotômetro. Qualquer valor acima dessa faixa indica a presença de fumaça na região. Durante meses, as imagens registradas pelo sensor Modis mostram um agravamento da situação, passando de níveis baixos (cor amarela) para níveis muito altos (cor vermelha).

No último pico de fumaça registrado na segunda-feira (6), o fotômetro alcançou um preocupante número de 5.0, indicando uma quantidade extremamente alta de poluição no ar. Após ultrapassar os limites da escala, o equipamento e o sensor modis não conseguiram mais diferenciar fumaça de nuvem, resultando em uma imagem com tons de cinza.

Embora a visibilidade na imagem esteja prejudicada, a pesquisadora Karla Maria Longo, do Inpe, enfatiza que a neblina presente é, na verdade, fumaça. De acordo com ela, a fumaça se desloca do Pará em direção ao Amazonas, passando pela fronteira entre os estados e afetando a região.

Esse fenômeno começou a ser percebido em agosto, quando a fumaça ainda não era visível a olho nu, mas já estava presente na atmosfera de Manaus. A partir de então, a situação foi se agravando, com momentos em que a fumaça encobria pontos turísticos como o Teatro Amazonas e a Ponte Rio Negro.

Em outubro, a situação atingiu o ápice, com a fumaça permanecendo por vários dias consecutivos. Segundo Karla Maria Longo, entre os dias 13 e 19 de outubro, a cidade enfrentou um grave episódio de poluição, sendo considerada uma das cidades com pior qualidade de ar do mundo.

Apesar de algumas melhorias temporárias na qualidade do ar, a fumaça retornou com intensidade no fim de outubro e início de novembro. No último sábado (4), a cidade estava encoberta por uma densa nuvem de fumaça, prejudicando a visibilidade e persistindo por vários dias consecutivos.

Na segunda-feira (6), a quantidade de fumaça no ar atingiu o seu ápice em Manaus. Karla Maria Longo, que trabalha no Inpe há mais de 19 anos, afirma que nunca tinha presenciado uma situação tão grave. Segundo ela, os valores registrados chegaram a escurecer completamente a cidade, atingindo níveis muito acima do esperado para essa época do ano.

Diante dessa crise ambiental, é urgente a adoção de medidas para combater as queimadas e proteger a saúde da população de Manaus. A fumaça tem consequências prejudiciais para a qualidade do ar e pode afetar a saúde respiratória daqueles que vivem na região. É fundamental que haja uma resposta efetiva para lidar com essa situação e evitar que ela se repita no futuro.

Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2023/11/07/encoberta-desde-agosto-manaus-teve-pico-de-fumaca-na-segunda-6-aponta-inpe.ghtml