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Rio Negro atinge marca abaixo dos 13 metros em Manaus, enquanto continua a sua descida

Rio Negro — Foto: Jornal Nacional/Reprodução

Rio Negro em Manaus continua a baixar após pior seca em 121 anos

O Rio Negro, após enfrentar a pior seca dos últimos 121 anos, continua a baixar em Manaus. Desde domingo (22), o nível das águas está abaixo dos 13 metros no Porto de Manaus, onde as medições são realizadas diariamente.

No domingo, o Rio Negro alcançou a marca de 12,99 metros. Nesta segunda-feira (23), o nível caiu para 12,89 metros. É a primeira vez, em mais de um século de medições, que o nível das águas chega aos 12 metros na região.

A seca do Rio Negro atingiu seu ponto máximo há uma semana, registrando 13,59 metros no dia 16 de outubro. Nos dias seguintes, as águas continuaram a baixar, porém em um ritmo mais lento, diminuindo em média até 10 centímetros por dia.

Segundo Jussara Cury, pesquisadora do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), o nível do Rio Negro ainda deve continuar a baixar em Manaus, mesmo que a estiagem já tenha terminado na calha do Rio Solimões.

O Rio Negro depende da subida das águas no Peru e na região da tríplice fronteira, onde está localizada a cidade de Tabatinga, e é influenciado pelas águas do Rio Solimões.

Jussara explica que há uma estabilidade nesse processo de subida, desde a região do Peru, que alimenta o Rio Solimões, até a tríplice fronteira. Porém, as chuvas isoladas na região ainda não foram suficientes para que o processo de subida das águas aconteça.

A bacia do Solimões banha nove cidades do Amazonas e represa 70% do nível de água para o Rio Negro. No entanto, para que haja uma estabilização do nível das águas em Manaus e o início da cheia, são necessárias chuvas distribuídas ao longo da bacia, o que ainda não ocorreu.

De acordo com a pesquisadora, com base em novas análises, levará algum tempo para que o nível do Rio Negro se estabilize em Manaus, já que os níveis da bacia estão muito baixos para essa época do ano.

Os efeitos da seca são mais visíveis na orla de Manaus. Bairros como Centro, Educandos e São Raimundo, na Zona Sul, estão mais distantes do Rio Negro, que se afastou da cidade.

Além disso, a praia da Ponta Negra, na Zona Oeste de Manaus, está interditada para banho desde o dia 2 de outubro. Isso ocorre sempre que o nível do Rio Negro fica abaixo dos 16 metros na cidade, por se tornar perigoso para os banhistas. A estiagem causa buracos na praia e desníveis que podem causar acidentes, incluindo afogamentos.

Outra área afetada pela seca é a Marina do Davi, ao lado da Ponta Negra. Parte da marina secou, e o acesso às lanchas e embarcações está sendo facilitado com a construção de pequenas pontes.

Na Zona Leste de Manaus, dois lagos, o Lago Mauá e o Lago do Aleixo, secaram. Comunidades que dependem das águas estão isoladas nessas áreas. No Lago Mauá, região turística, mais de 50 famílias que dependiam das águas para trabalho e transporte têm enfrentado dificuldades, incluindo a falta de acesso a água potável.

A seca também impactou a pesca e o turismo comunitário, que existe na região há mais de 20 anos.

No estado do Amazonas, a seca severa atinge a maior parte dos municípios. Dos 62 municípios, 59 estão em situação de emergência, incluindo Manaus. Apenas 1 município está em alerta, e 2 estão em condições normais. O número de pessoas afetadas já ultrapassou a marca de 630 mil.

Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2023/10/23/rio-negro-continua-descendo-e-fica-abaixo-dos-13-metros-em-manaus.ghtml